sexta-feira, 15 de junho de 2012

As Corujas do Pampa Gaúcho


As corujas, corujões, corujinhas, caburés e mochos fazem parte da ordem dos Strigiformes, a qual é dividida em duas famílias, Strigidae e tytonidae.
As corujas são muito conhecidas por sua excelente visão noturna, sua audição apuradíssima e pelo seu voo silencioso que facilita a caça durante a noite.

No nosso Pampa Gaúcho possuímos os mais diversos tamanhos de corujas como o Corujão Bubo virginianus medindo cerca de 50cm e pesando nada mais nada menos que 1kg (a maior coruja do brasil), e o pequeno Caburé Glaucidium brasilianum  medindo 15cm e pesando cerca de 60g (uma das menores espécies do brasil).

Abaixo as espécies de corujas que ocorrem no Pampa Gaúcho. 


Corujão (Bubo virginianus)

A maior coruja das Américas, mede cerca de 50 cm e seu peso pode chegar até 2 kg. São conhecidas principalmente por suas grandes "orelhas", que na verdade são tufos localizados na parte lateral da cabeça, por este motivo é também conhecida como: Mocho-orelhudo.
Habita pequenas florestas, capões, matas ciliares, etc.
 É uma coruja pouco vista de dia e muito escutada a noite, principalmente quando está no seu período de reprodução. Onde nidifica em ocos de arvores, ou então em ninhos abandonados por algumas aves.
Um indivíduo da especie vive por cerca de 15 anos.

Bubo virginianus Foto: José Paulo Dias

Coruja-buraqueira (Athene cunicularia)

Pequena coruja, mede cerca de 25 cm e apresenta cor de terra, ou seja, muitas vezes são de coloração avermelhada. Diferente da maioria das corujas, nessa espécie o macho é maior que a fêmea.
Vivem em campos, áreas abertas, praias e até campos de futebol. São quase sempre encontradas perto de suas tocas, que são geralmente construídas por tatus ou por elas mesmas. Usam estas mesmas tocas na a época de reprodução.
Vivem em média por 10 anos.


Athene cunicularia Foto: José Paulo Dias

Corujinha-do-mato (Megascops choliba)

Espécie pequena medindo cerca de 20 cm. O que destaca na espécie são seus pequenos tufos na cabeça lembrando "orelhas". É muito confundido com a Corujinha-do-sul Megascops sanctaecatarinae principalmente a sua coloração. 
Habita locais muito variados, como campo, pequenas florestas, matas e parques nas cidades.

Megascops choliba Foto: José Paulo Dias

Corujinha-do-sul (Megascops sanctaecatarinae)

Apesar de medir cerca de 30 cm ela é bastante parecida com a Corujinha-do-mato Magascops choliba. Por este motivo a vocalização é muito usada para identificar a espécie.
Habita florestas e matas, como a mata-de-araucária por exemplo. Sua vocalização se torna mais frequente no período reprodutivo.

Megascops sanctaecatarinae Foto: Dante Meller
Coruja-orelhuda (Asio clamator)

Mede cerca de 35 cm. Possui grandes "orelhas" na parte superior da cabeça e se destaca pela sua vocalização que muitas vezes lembra o miado de um gato ou então o latido de um cachorro, em sinal de alerta.
Vive nos mais variados ambientes, desde áreas abertas, até parques com árvores nos centros-urbanos.

Asio clamator Foto: Willian Menq

Coruja-dos-banhados (Asio flammeus)

Mede cerca de 40 cm. Alguns indivíduos da espécie, possui pequenos tufos na cabeça em formato de orelhas.
Habita campos abertos e banhados costuma ser mais ativa no crepúsculo e durante o dia, caça muitas vezes "peneirando" no ar. 

Asio flammeus Foto: Dante Meller


Coruja-das-torres (Tyto furcata)

Unica espécie da família "Tytonidae" ocorrente no Brasil. Mede cerca de 35 cm, pesa cerca de 500 g. Sua principal característica é o famoso "coração" que possui em volta da face e de seus olhos negros. 
É famosa por nidificar em galpões, igrejas, torres e locais onde haja habitação. Por este motivo chamada de: Coruja-da-igreja e Coruja-das-torres.
Habita campo, áreas abertas, locais onde possui muito alimento, como pastagens. Foi uma coruja que se adaptou muito bem ao ambiente urbano, podendo viver e nidificar em forros das casas.

Tyto furcata Foto: José Paulo Dias

Caburé (Glaucidium brasilianum)

Espécie muito pequena, mede cerca de 15 cm. É muito conhecida pela sua principal característica, penas atrás da cabeça que formam os chamados "falsos olhos", servem para confundir seu predadores, parecendo assim sempre estar de frente para eles, o suficiente par a não ser atacada.
Habitam florestas, campos com árvores, etc. É ativa tanto durante o dia quanto a noite, vocaliza mais no período reprodutivo.


Glaucidium brasilianum Foto: José Paulo Dias


Caburé-acanelado Aegolius harrisii

De todos as corujas apresentadas aqui, esta é a mais rara do nosso Pampa. Mede cerca de 20 cm e possui a coloração em tons de canela.
Habita florestas, matas, áreas abertas e pode ser observada próxima a áreas urbanas.É uma espécie pouco observada pois sua vocalização é baixa. São vistas muitas vezes mortas na beira das estradas, um exemplo é o relato de 2010 de um individuo da espécie encontrado atropelado na BR-290 em São Gabriel.

Link do relato de 2010

Aegolius harrisii Foto: Willian Menq


Corujas são seres fantásticos e magníficos, porém infelizmente um dos maiores problemas de preservação são devido a lendas e crendices criadas. Muitas vezes associadas a má sorte e até mesmo a morte de pessoas, quando pousada em cima de suas casas. Devemos deixar claro que tudo isso não passa de lendas populares.
Por este e muitos outros motivos precisamos preservá-las para que possamos sempre contemplar estas belas e simpáticas aves. 

7 comentários:

  1. Parabéns! ótimo trabalho me ajudou muito pois estou fazendo um longo estudo dessas aves magníficas! Poste mais sobre corujas! Abraços

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  2. Oi ontem a noite vi uma coruja branca ! Já tinha sido vista pelos pedreiros aqui em casa uma chácara no interior de Caxias do Sul!! Como é possível???

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    1. Em 2013 encontrei uma coruja infelizmente morta próximo a casa de pedra em caxias então creio q seja possivel viverem no perímetro urbano ou até mesmo passarem por ele

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  3. Maravilhosas Corujas e belíssima e interessantíssima pesquisa!
    Adorei!Parabéns!

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  4. Uma vez vi um casal de corujas brancas perto da lagoa dos barros

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